A saúde bucal transcende a dimensão técnica da prática odontológica.

A saúde bucal transcende a dimensão técnica da prática odontológica, sendo integradas às demais práticas de saúde coletiva. Neste sentido, a educação em saúde bucal é importante para que as pessoas possam ter conhecimento sobre as causas e consequências das doenças bucais, sua repercussão na saúde geral, formas de prevenção e cuidados.

Existe uma condição que acomete até 31% dos Adultos, que é o bruxismo – o qual consiste em um hábito para-funcional, involuntário, caracterizado por ranger e/ou apertar os dentes através da contração da musculatura da mastigação [1,2].

As lesões podem ser irreversíveis, causadas pelo bruxismo, dentre elas podemos citar: desgastes dentários, trincas em esmalte, hipersensibilidade dentária, fraturas de restaurações ou dentes e dores na musculatura da mastigação. E como principais causas, destacam-se: fatores genéticos, problemas respiratórios, distúrbios gástricos, problemas psicológicos, doenças psiquiátricas, consumo de alguns medicamentos ou consumo em excesso de café, cigarro ou álcool. E o primordial nesse tratamento é a investigação da causa, para que possa determinar o tratamento adequado.

A classificação do bruxismo vai de acordo com sua condição: bruxismo do sono (quando o paciente está dormindo) ou bruxismo da vigília (acontece durante o dia, ou período em que o paciente está acordado). Também pode ser classificado em bruxismo primário (quando o bruxismo por si só é a doença), ou bruxismo secundário (quando é consequência de outra doença) [1-3].

Muitas vezes o tratamento irá basear no controle dos sintomas e muitas vezes serão essenciais mudança no estilo de vida para a melhora da doença. Será necessária uma equipe multidisciplinar para auxiliar na condução do tratamento e evolução.

De acordo com a literatura [1-4], os tratamentos e intervenções para pacientes com bruxismo são muito variados e vão depender de cada situação. As principais terapias disponíveis são: (1) tratamentos odontológicos: ajuste oclusal (ajuste na mordida), utilização de placas oclusais, aparelhos específicos; (2) fisioterapia para músculos mastigatórios; (3) terapia com medicamentos: como por exemplo, antidepressivos; (4) injeção intramuscular: toxina botulínica; (5) comportamentais: técnicas de relaxamento, medidas de “higiene do sono”, aconselhamento psicológico; (6) cinesioterapia: massagem dos músculos mastigatórios, exercícios faciais.

Nos últimos anos, o número de pacientes sofrendo de bruxismo tem despertado maior atenção dos profissionais de saúde. O estilo de vida moderno e o desenvolvimento da civilização parecem ser determinantes na prevalência dessa disfunção.

Nesse sentido, após inúmeros anos de estudo e acompanhamento, apresentamos a visão pela medicina tradicional chinesa, um método que tem se apresentado muito rico e certeiro nos tratamentos dessa enfermidade, que tanto acomete e proporciona desconfortos e incapacidades. No intuito de visualizar a raiz da causa, há uma avaliação postural, e toda uma contextualização do desenvolvimento infantil, até mesmo com relações ao perfil de parto (normal ou cesariana), tipo de amamentação, se houve uso de chupeta, alguma queda na infância, trauma, ou algo que possa ter alterado a estrutura postural, gerando uma compensação biomecânica que leva a esse número tão relevante de casos de bruxismo na atualidade.

Em boa parte dos casos, conseguimos uma excelente evolução do paciente em prol de uma melhora de qualidade de vida, melhorando sua rotina diária com reflexo até mesmo em dores crônicas que hoje sabemos, que há uma grande relação.

 

Te convidamos a assistir a live no canal do YouTube TaoProfessor – Que falamos sobre esse assunto.

Dr. Yu Tao Acupunturista

Escrita: Cristiane Márcia Siepko – Fisioterapeuta Acupunturista

Referências

Mesko ME, Hutton B, Skupien JA, Sarkis-Onofre R, Moher D, Pereira-Cenci T.

Therapies for bruxism: a systematic review and network meta-analysis (protocol). Syst Rev. 2017;

Lobbezoo F, Ahlberg J, Glaros AG, Kato T, Koyano K, Lavigne GJ, et al. Bruxism

defined and graded: an international consensus. J Oral Rehabil. 2013;

Pontes LS, Prietsch SOM. Bruxismo do sono: estudo de base populacional em pessoas

com 18 anos ou mais na cidade de Rio Grande, Rio Grande do Sul. Rev. bras Epidemiol (online). 2019;

Patel J, Cardoso JA, Mehta S. A systematic review of botulinum toxin in the management of patients with temporomandibular disorders and bruxism. Br Dent J. 2019;

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